quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23 de Outubro.

   "Infelizmente" não é uma boa palavra para iniciar um texto sobre recordações, lembranças e memórias.
    Felizmente (começo aqui), não precisarei expor palavras que referem tais momentos sendo revividos. Existem várias maneiras de se eternizar números, além da data o qual representa, necessariamente não serão sempre o dia de um começo com um final trágico ou se tornará um dia de saudade do que não foi alcançado.
    De tanto esperar por tal sequência númerica você acaba por decorar a forma geométrica que ela representa no papel e não obrigatoriamente por ter sido um dia em que você achou algo que acreditou ser especial, você apenas rabiscou o número por ociosidade.
    Muitas outras coisas acontecem em um algarismo só. Não obviamente o que foi comido permanecerá na sua mente, carambolas! A quantidade de pasta usada para tirar o gosto da cachaça tomada traz um percentual numeral mais importante que qualquer pitada de sal. Não importa quantas gostas caíram do céu nesse dia, nenhum momento fica mais ou menos belo por conter água escorrendo pelos vidros. O horário de sono perdido sim, é inevitável.
   Não hipoteticamente falando os numerais estariam no calendário de qualquer forma. A informática mostra o poder digital da combinação de várias outras sequências que este dia formaria, pois podemos observar tais números como dois de março de dois mil e dez, vinte e três de janeiro de dois mil, etc.    "Infelizmente", felizmente é uma boa palavra para fim de texto, infelizmente(repito) quando o quadro de númeração se fecha, completando com zero e seis é inevitável ser vinte e três de outubro de dois mil e seis.
   Não inevitavelmente amei naquele dia, provavelmente ilusoriamente vivi. O lado bom deste dia é que não foi o único que se tornou mentira. Números, independentemente de formarem datas ou não, não sabem viver com a solidão, não andam sozinhos e o seu mistério é o infinito. O mundo não parou em dois mil e seis, virão muitos outros vinte e três.
   

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