Apartamento noturno.

Quando a gente pensa que aquele amigo não vai te deixar por nada, ele se machuca com pequenos erros que as vezes nem são dele e some. Alguns se despedem, outros você não faz questão do adeus.
Pior foram os que não tiveram coragem de dizer pessoalemente te deixando sem a chance de falar com os olhos, de mostrar que não.. não é assim que se resolvem os problemas.
Enquanto eu tenho mil pessoas ao meu lado, eu fico triste essa hora da noite pela perda de um ente querido.. pela perda de uma grande amiga, que pelo contrário ainda está viva, e por traições que passaram e eu não soube perdoar.
O que ainda me deixa melhor nesse domingo é uma ultima atitude tomada na noite passada, eu mostrei pra mim que eu sei perdoar. Então eu acabo enchergando mais ainda a gravidade do que fizeram comigo e me torno mais flexível ainda, confuso. Desnorteado.

Eu escuto um som de barzinho vindo da janela, seresta desconhecida misturada ao som de motos e carros que passam na avenida. Meu prédio é alto, mas não o suficiente para alcançar tudo, o quarto está escuro. Com tudo isso eu não vejo nada além da tristeza que está dentro de mim, me fazendo sentir um silêncio ao redor que não existe.

Amanha eu espero sorrir e não sentir saudade do meu passado que eu pensei ter sido perfeito, enquanto eu vejo que se não via..era sim, perfeito. É uma pena, que não vale a pena morrer. Por incrível que pareça..eu não sou o que pareço.

by henni coelho.